sábado, 3 de maio de 2014

O vendedor de “conchinhas”

Como tudo começou

Finalmente criei vergonha na cara e resolvi fazer esse blog para compartilhar um pouco de tudo que eu como empresário encaro todos os dias. Vou contar coisas que muitas pessoas falam que devem ser feitas, mas não falam como deve ser feitas e o principal, apresentar soluções de problemas que ninguém conta e que devemos aprender na raça. Meu maior objetivo é ajudar novos empresários a aprender com meus erros e ou encurtar alguns caminhos (se é que isso é possível hahaha).

Durante boa parte da minha vida profissional me questionei porque as coisas não davam certo para mim e para os outros sim. Porém aprendi que tudo tem seu tempo e nada é por acaso. Deus só nos passa para próxima fase, quando aprendemos o que precisamos para minimizar os problemas e/ou decepções lá na frente. Aprendendo isso, corri atrás incansavelmente, sempre estudando, MUDANDO e dando 110% de mim. Porque o que faz de você um grande empresário, é o quanto você trabalha a mais que os outros.

Sempre digo e repito, “tudo é questão de tempo e investimento“.

Hoje sou publicitário formado na UniCuritiba, especialista em Branding pela Estação Business School, com cursos de vendas pela UniveB e proprietário da Crank MMA e Grupo SOS formado pela Agência SOS, Race Internet, Labrador Assessoria e Champ Eventos. Porém ante disso tudo já tive 6 que não deram certo, trabalhei atualizando sites (geração de conteúdo), fui colocador de placas de carro, auxiliar administrativo, suporte técnico para servidor de hospedagem de sites e e-mails, programador, animador em flash, designer, social media, analista júnior de marketing digital, coordenador de mídia on-line, gerente de e-commerce e diretor de marketing digital.

Apesar disso tudo, sei que avancei no máximo 5% do caminho que quero percorrer e antes de começar a passar as dicas e começar a contar um pouco do meu dia a dia, vou contar um pouco sobre cada empresa que criei e não deu certo, porque considero mais importante que saber abrir uma empresa, saber a hora de fechar.

Minha primeira empresa 

Quando era criança com meus 10 anos de idade e sonhava em ser engenheiro civil como meu pai, meus amigos e eu passamos dezembro, janeiro e fevereiro na praia e vivíamos esses 3 meses com o foco apenas em soltar “bombinhas“. Porém nossas mães não eram muito a favor disso e nos controlavam não liberando dinheiro para gastar com isso. Como plano B tentamos fazer bombas caseiras com materiais que tínhamos em casa, o que óbvio, não foi bem sucedido e não recomendamos a ninguém.

Nosso plano C foi conseguir dinheiro por conta própria. Após ir na feirinha que acontecia na praça todas as noites e ver alguns comerciantes vendendo conchas, tive a mirabolante ideia de fazer o mesmo. No dia seguinte quando fomos para a praia com nossas famílias, ao invés de brincar como sempre, decidimos ir até as pedras (aproximadamente 1km da nossa casa) para “catar conchinha“, pois era lá onde elas estavam em grande quantidade e o nosso esforço seria menor.

Chegando em casa, lavamos, deixamos secar no sol para não ficar com mal cheiro, colocamos uma mesa de plástico daquelas brancas na frente do portão, espalhamos as conchas em cima dela e começamos a gritar igual víamos o sorveteiro fazer: “Olha conchinha, quem quer comprar conchinha?“.

Péééééé, não deu certo, não passava ninguém, pois chegávamos da praia 14h e depois desse horário o fluxo de pessoas não era nem a metade se comparado com o volume de pessoas que passam entre às 11h e às 14h. Alguns dias depois, quando percebemos isso, começamos a voltar antes e estar com a mesa montada às 11h para vendermos para todas as pessoas que estavam voltando para casa.

Depois de 2 semanas e quase nenhuma venda, percebemos que nossas “conchinhas” não eram atrativas o suficiente. Tivemos então a brilhante ideia de pegar umas conchas grandes que que minha vó tinha para chamar a atenção e funcionou, pouco, mas funcionou.

Minha avó e meu pai sugeriram para fazermos esculturas com as conchas, usando cola quente. Gostamos da ideia e como estávamos determinados a fazer aquilo dar certo e o que tínhamos feito até então não foi tão eficiente como imaginávamos, passei 2 dias fazendo as colagens e quando fomos para a rua novamente, para nossa surpresa, deu muito certo e conseguimos juntar alguma grana.

Foi ai que surgiu um problema. Eu não tinha como vender “conchinha” e soltar “bombinha“ ao mesmo tempo. Depois de várias investidas, consegui convencer o meu irmão mais novo, que tinha 6 anos, a cuidar da mesa por um tempo. Para minha surpresa, percebi que por ele ser mais novinho as pessoas paravam para conversar com ele por achar bonitinho, fofinho, etc. E além disso ele tinha muito menos vergonha que eu e um incrível dom de persuasão que fez nós vendermos mais “conchinhas“ que o esperado.

Claro, que ele não era burro e precisei dividir com ele os lucros, porém como ele apenas vendia e a “empresa” era minha e eu fazia o resto que ele não sabia, minha porcentagem era maior.

Essa brincadeira durou pelo menos 2 temporadas, nos rendeu muitas “bombinhas“ e sem perceber ganhei muita experiência.

Pensamento Filosófico:
"Tudo na vida é questão de tempo e investimento." Rafael Perozin

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